A água da vida

Um conto de aventura e disputa entre irmãos dos irmãos Grimm

Há muito, muito tempo atrás, na época em que se amarrava cachorro com linguiça, como dizia a minha avó, havia, além do riacho, um reino muito próspero e feliz, governado por um rei poderoso, justo e querido. Embora sempre houvesse reclamação, porque as pessoas são assim mesmo, todos gostavam muito do generoso rei — que não era tão velho a ponto de as pessoas não se lembrarem de seus antecessores, reis mesquinhos, maus, violentos e injustos — e, assim, o reino crescia, dia a dia, mais e mais feliz.

Um dia, entretanto, o querido rei caiu doente e ele era tão jovem ainda e tão querido pela população que aquilo pareceu a todos como uma imensa tragédia. Primeiro, mandaram chamar os melhores médicos do reino, gente formada no estrangeiro e muito sabida, que examinaram o rei, um a um, e todos juntos, e discutiram e pesquisaram, mas não souberam identificar a misteriosa doença.

E mandaram, então, chamar médicos do estrangeiro, gente viajada e experiente, os mais caros especialistas, e nada; chamaram os clérigos de várias igrejas, profetas das mais variadas crenças, ermitões, curandeiros, feiticeiros, bruxas, gente sábia, vivida, experiente, conhecedora de mistérios terrenos e sobrenaturais — e ninguém soube curar a misteriosa doença do rei.

Alguns dos mais antigos sábios, porém, indicaram uma possibilidade, algo tão extraordinário, que mesmo eles tinham as suas dúvidas se falavam de folclore ou de realidade:

“Se nada disso o curou, temo que o único remédio”, diziam eles, “seja a Água da Vida.”

Houve muito mexerico no que diz respeito a esse assunto, e, em privado, muitos cavaleiros que diziam que, se houvesse a dita água, trariam-na ao rei; mas, a verdade, é que ninguém acreditava muito nisso, e a lenda era de que obtê-la era dificílimo. Até que um dia, o filho mais velho do rei disse:

“Querido pai, hei de trazer-lhe o remédio maravilhoso, custe o que custar!”

Mas o rei não queria permitir:

“Eu sei que a lenda é real, e muito me alegraria que o remédio milagroso fosse trazido a mim; mas obtê-lo é perigoso demais: prefiro morrer a ver um filho meu correndo tamanho risco!”

O primogênito, porém, insistiu, insistiu e insistiu, chegou até a pegar ar, ofendido com a insinuação de que fosse arriscado demais, chorou, implorou ao pai que o autorizasse partir, até que o rei consentiu. E o jovem mandou preparar o seu cavalo, e arrumar as suas provisões, pois partiria ao nascer do sol. E ele pensava consigo: “Quando eu trouxer a bendita água, serei o filho predileto e, assim, o único herdeiro do reino de meu pai!” — pois, naquele tempo, os reinos se dividiam entre os irmãos, ou eram dados ao filho preferido, não iam ao mais velho automaticamente.

Assim, ao primeiro raio de sol, o Príncipe Primeiro partiu, montado no cavalo mais rápido dos estábulos reais. E cavalgou, seguindo orientações misteriosas (a oeste do brilho do orvalho pela manhã, com a estrela Dalva ao alcance do braço, seguindo o perfume das centáureas, etc), por dias, até chegar a uma densa floresta escura. Quando já se sentia desorientado em meio à vegetação espessa, encontrou um homenzinho mulambento, de pele cinzenta, orelhas longas e cabelos idem, com unhas que pareciam garras, olhos com um brilho estranho e mais dentes do que deveria, que cumprimentou-o sorridente com um gesto amistoso.

“Belo príncipe, que honra encontrar-vos! Vossa majestade honraria esta alma pobre respondendo aonde vais com tanta pressa e por caminho tão inóspito?”, perguntou-lhe o homenzinho, segurando o capuz vermelho nas mãos.

“Calado, monstrinho! Que tens tu, homenzinho ridículo, com isso? Não é da tua conta, criatura vil, petulante!”, respondeu-lhe o príncipe com altivez, fazendo o cavalo apressar-se quase que para cima do homenzinho, que fechou a cara furioso e, rogou-lhe uma praga na língua poderosa dos antigos.

Logo depois, o caminho do príncipe tornou-se cada vez mais difícil e logo o rapaz viu-se em meio a uma ravina cada vez mais estreita; quando sentiu ser impossível prosseguir, tentou dar meia-volta, mas o cavalo empinou, jogando-o ao chão, e fugiu, deixando-o sozinho, preso entre as montanhas.

Após alguns dias sem notícias do primogênito, o segundo filho procurou o rei: “Meu pai, estou decidido: partirei em busca de sua cura e ao resgate de meu irmão!”

Embora o rei recusasse (“De maneira alguma arriscarei dois filhos nessa jornada absurda!” etc., etc.), o rapaz tanto insistiu que acabaram os argumentos e o rei deixou-o partir. Como seu irmão mais velho, o Príncipe Segundo também partia com a intenção de tornar-se o preferido ao trono: “Se meu irmão está morto, o reino há de ser meu!”; e, como o seu irmão mais velho, também ele partiu ao primeiro raio do sol, cavalgando por dias até chegar a uma densa floresta, onde também encontrou o estranho maltrapilho.

“Ó magnífico príncipe, demonstrai mais piedade que o vosso irmão, e dizei a esta pobre alma: para onde vais com tanta pressa, ó majestade?”, perguntou-lhe o homenzinho. 

“Inseto vil!”, respondeu o rapaz, empinando o cavalo ameaçadoramente. “O que isso interessa a alguém como tu?!” — disse o príncipe, cavalgando apressado, enquanto o homenzinho o amaldiçoava entredentes, na língua dos antigos.

E, assim como com o príncipe mais velho, também o segundo viu-se preso entre paredões de pedra que pareciam querer abraçá-lo, até o ponto em que o cavalo fugiu, deixando-o enroscado entre as montanhas.

Vendo que o irmão também não retornava, o filho mais jovem do rei percebeu que recairia sobre si a responsabilidade de buscar a cura mágica do pai — e de resgatar os irmãos mais velhos. Sem pestanejar, esboçou uma rápida carta que mandou entregar ao pai (pois ele sabia que seria devastadora a notícia de sua partida e que o rei faria de tudo para impedi-lo), montou em seu cavalo e partiu imediatamente. E cavalgou por dias até, como seus irmãos antes dele, ser interpelado por um sorridente e estranho homenzinho no meio da floresta encantada.

“Ó, Jovem príncipe, que honra inestimável receber-vos em nosso domínio! Vossa majestade honraria uma pobre criatura como eu, cuja curiosidade infelizmente não respeita o bom costume? Por favor, vossa alteza: Qual o motivo de tamanha urgência? Se puderdes, Alteza, satisfazei a curiosidade deste homenzinho, que vos ajudará como puder!”

O príncipe parou assim que o viu e desceu do cavalo sorrindo com a saudação tão exagerada do homenzinho. “Meu senhor”, ele respondeu, “Aqui, até onde eu saiba, a Alteza é a Vossa Senhoria, que muito me honra com Vosso cumprimento e curiosidade. Vou em busca de um remédio lendário, a única cura para o mal que aflige meu querido pai, a Água da Vida. Também procuro os meus irmãos que me antecederam nessa busca e que estão desaparecidos. Qualquer informação que Vossa Alteza puderdes oferecer será uma dádiva muito apreciada, nobre Senhor!”

“Príncipe Terceiro, Alteza! Como sois fino, humilde e educado, posso contar a Vossa Senhoria o caminho até o seu objetivo: a Água da Vida brota de uma bica no quintal de um castelo encantado. Para lá chegardes, recebei estes presentes que vos ofereço”, disse o homenzinho, produzindo, de dentro do seu capuz vermelho, uma barra de ferro e dois pedaços de pão. “Batei três vezes com esta vara de ferro no portão do castelo para que ele se abra; dentro dele, encontrareis dois leões com as imensas bocarras abertas: dai-lhes um pão para cada, para que eles vos deixe em paz. Depois, apressai-vos a apanhar a água antes que o relógio dê doze badaladas, ou a porta se fechará e estareis preso no castelo para sempre!”

O príncipe agradeceu pelas orientações e pelos presentes e partiu imediatamente.

Logo, ele chegou a um imenso castelo encantado, com muralhas altas o bastante para impedir qualquer gigante, e um imenso portão preto de ferro. Ele bateu a barra de ferro três vezes no portão, que se abriu, como o homenzinho sugeria. O portão abria para um pátio onde dois leões imensos esperavam com ameaçadoras bocarras escancaradas; jogou-lhes os pães, que eles comeram, adormecendo satisfeitos a seguir. Então ele adentrou o salão do palácio, onde havia uma grande mesa ocupada pelas múmias de príncipes e reis de outras épocas, cujos anéis ele recolheu. Sobre a mesa, havia um chifre  e um pão fresco, os quais ele também recolheu.

Ele abriu portas, procurando pela bica da Água da Vida; uma dava para um porão escuro, outra para a cozinha, e a terceira dava para uma saleta onde havia uma linda jovem aprisionada. Ao vê-lo abrir a porta, a moça deu um salto e um grito de alegria, correu em sua direção e abraçou-o:

“Belo príncipe, vós me libertastes! Obrigada!”, ela chorava de alegria, e o rapaz alegrou-se em trazer-lhe a liberdade e o riso de volta. Os dois se apresentaram e conversaram brevemente enquanto a moça — que na verdade era a rainha de seu próprio reino — guiava-o, de braços dados, através do castelo, levando-o até a fonte encantada. “Sinto-me obrigada a retribuir o favor; quero que venhais visitar-me em meu reino daqui um ano para discutirmos as condições!” A rainha-moça despediu-se dele mostrando-lhe o caminho até a bica de água milagrosa e advertindo-o para que ele não se demorasse, pois, ao toque de doze badaladas, ele acabaria preso no castelo como ela mesma ficara.

Então, ele entrou noutro cômodo, onde havia uma colorida rede estendida e, como estivesse muito cansado, decidiu deitar-se um pouco, e adormeceu.

O príncipe levantou-se quando o relógio marcava quinze para as doze! Levantou-se alarmado, apanhou uma garrafa e encheu-a da água medicinal, correndo para atravessar o portão que já se fechava, enquanto tocavam as doze badaladas! Por pouco, muito pouco, o príncipe conseguiu sair: o imenso portão fechou-se em seu encalço — até cortou um pedaço do seu manto.

Feliz por ter conseguido o remédio milagroso, o Príncipe retomou a sua jornada, desta vez de volta para casa. Ao passar pela floresta, novamente encontrou o homenzinho. Ele desceu do cavalo e agradeceu ao reizinho maltrapilho, contando-lhe toda a história.

“Conquistastes um prêmio nobre: com a água, podeis salvar o vosso pai; com o chifre, podeis vencer um exército inteiro com apenas um sopro; e esse pão jamais deixar-vos-á sem comida, quanto mais o cortardes, tanto mais pão tereis”, explicou-lhe o pequeno homenzinho.

Então, o príncipe perguntou-lhe, “Rei da floresta, honrado senhor. Rogo-vos que me conteis onde encontrar os meus irmãos — de nada adiantaria salvar a vida de meu pai só para vê-lo morto de desgosto a seguir.”

“Ha!”, disse o reizinho, “Eles estão presos entre duas montanhas, para onde eu os mandei como punição por sua arrogância.”

O príncipe, então, implorou que ele os libertasse. O homenzinho soprou algumas palavras ao vento no estranho dialeto da natureza, mas não quis deixar o príncipe partir em busca de seus irmãos sem um aviso: “Cuidado com eles, pois eles não têm bom coração”, ele disse. “Agora, alimenteis o vosso cavalo enquanto eu busco os cavalos de seus irmãos; em breve eles aparecerão caminhando.” 

E assim foi: enquanto ele escovava o seu cavalo, observou  aparecerem ao longe duas figuras maltrapilhas, magras, desgrenhadas, que logo reconheceu serem os seus queridos irmãos. Correu ao seu encontro, feliz, abraçou-os e contou-lhes sobre a Água e sobre a princesa que o havia convidado a visitá-la dali a um ano. Antes que ele pudesse agradecer ao diminuto rei da floresta, porém, percebeu que ele havia desaparecido. Então, os três irmãos montaram seus cavalos e cavalgaram juntos de volta para casa.

No caminho, eles passaram por um reino vizinho que era assolado por uma grave seca, onde havia muita fome. Eles se dirigiram até o castelo para ter com o rei daquele lugar, mas descobriram que, como todas as pessoas ainda hábeis naquele reino, também o rei seria encontrado nos campos inférteis, tentando arar um chão duro como pedra — e ali o encontraram. Ao observar a situação daquele povo, o Príncipe Caçula não pensou duas vezes antes de dar ao rei do lugar o seu pão mágico, para que ele pudesse alimentar a sua população.

Eles seguiram viagem e logo chegaram a outro reino vizinho, fronteiriço com um outro país, que era assolado pela guerra. Havia morte e destruição por todo o reino, e quando procuraram o rei no castelo, descobriram que, como todas as pessoas ainda hábeis naquele reino, o rei seria encontrado nas trincheiras na fronteira com os inimigos — e ali o encontraram. O Príncipe Terceiro ofereceu ao rei o seu chifre mágico, cujo som fez com que o exército inimigo interrompesse imediatamente os seus ataques e mandasse enviados para a negociação de paz.

Os irmãos viram o caçula se mostrando uma pessoa mais capaz, gentil e valorosa do que eles mesmos jamais poderiam ser, e sentiram ciúmes do irmão. Logo, começaram a fofocar e a bolar um estratagema para impedir o caçula de roubar-lhes o reino e a fortuna que lhes era de direito. Naquela noite, enquanto o irmão dormia, eles trocaram a Água da Vida de vasilha e encheram a garrafa de seu irmão de água salgada.

Assim que regressaram ao reino, os irmãos correram ao quarto do pai e o caçula deu-lhe de beber da sua garrafa; mas a água salgada só fez o rei sentir-se pior, e o homem começou a tossir e vomitar sem parar, até que os mais velhos empurraram o irmão, acusando-o de tentar envenenar o pai, e deram ao rei a verdadeira Água da Vida que haviam furtado.

O remédio milagroso curou o rei às vistas de todos: choraram os súditos e os ministros, e os filhos todos, até os maus, pois era bonito ver a alegria da rainha e do rei com o seu restabelecimento.

O caçula, entretanto, foi escoltado ao seu quarto pelos irmãos, que zombaram dele, e ficou ali trancado, pois o rei estava furioso. O pai acreditara na história do envenenamento que contaram-lhe os seus filhos mais velhos. Depois de muito refletir, pediu que o seu mais confiável conselheiro resolvesse a questão: o seu caçula havia de ser executado na floresta, secretamente, pois não era mais uma pessoa confiável.

O ministro, assim, convidou o jovem príncipe para uma caçada, e ambos cavalgaram até um bosque próximo. Desceram dos cavalos e se embrenharam na mata, como muitas outras vezes haviam feito, sempre se divertindo. Desta vez, poreḿ, o conselheiro não só não se divertia como parecia carregar um fardo que se tornava mais pesado a cada passo no interior do bosque.

“O que vos afligis, meu querido tio?”, perguntou-lhe o príncipe, que o tratava por tio. “Vós sempre vos divertistes caçando, mas hoje pareceis ter o coração pesado.”

“Sim, meu príncipe! Perdoai-me!”, disse-lhe o conselheiro, com os olhos cheios de lágrimas. “Fui ordenado a matar-vos aqui, em segredo, e levar o vosso manto como prova do feito!”

O príncipe ficou chocado: ele sabia que a ordem partira de seu próprio pai, e sentia que uma parte de si já havia morrido ali, naquele instante mesmo.

“Eu entenderei se tiverdes de cumprir a vossa ordem”, disse o príncipe, “mas rogo-vos, se possível, poupardes a minha vida: troqueis de manto comigo, levais o meu e dizeis a todos que me mataste, mas me deixeis partir, por favor, tio!”

Os dois choraram e se abraçaram e assim fez o ministro.

Dali algumas semanas, apareceram no portão do castelo real duas carroças carregadas de ouro e tecidos finos, presentes dos reinos vizinhos para o Príncipe Caçula em agradecimento pelas suas dádivas maravilhosas. Então, o rei ouviu as histórias dos generosos feitos de seu filho e entendeu que o julgara com injustiça; e chorou ao seu ministro, pedindo-lhe perdão por tê-lo feito executar ordem tão horrorosa, ao que o ministro respondeu com alívio: “Meu bom rei, perdoai-me, mas não pude executar a Vossa ordem! O rapaz vive!”

E o rei ficou feliz e mandou avisar em todos os reinos vizinhos que seu filho seria bem-vindo de volta em seu castelo e no de qualquer um de seus vassalos.

Enquanto isso, como já fazia um ano desde o encontro dos dois, a rainha moça preparava seu reino para receber a ilustre visita de seu salvador. E ela mandou colocar uma estrada feita de ouro na entrada do seu palácio, e instruiu os seus guardas que quem quer que viesse por aquela estrada e adentrasse o palácio, aquele seria ali bem-vindo.

O mais velho dos irmãos calculou que era hora de ir tentar conquistar a mão da rainha no lugar de seu irmão e, assim, partiu rumo ao esplendoroso palácio. Chegando à estrada de tijolos dourados, pensou consigo: “Seria uma pena e um pecado caminhar sobre tais tijolos”, e cavalgou pelo lado direito da estrada de ouro. Chegando ao palácio, porém, encontrou os portões fechados e os guardas ordenaram-lhe que desse meia-volta pois, segundo as orientações da rainha, aquele era o visitante errado.

O irmão do meio, com o mesmo projeto do primogênito, saiu em seu encalço. Chegando à magnífica estrada, porém, também titubeou e cavalgou pelo lado esquerdo dela — também dando num portão fechado e sendo expulso como o homem errado.

O Príncipe Caçula também percebeu a passagem do ano. E, diante de todo o seu sofrimento, distante de casa, vivendo como fugitivo (pois, em clandestinidade, ele ainda não sabia que seu pai o havia perdoado), enchia-se de esperança de reencontrar a gentil rainha que havia conhecido um ano atrás — os dois haviam passado o ano trocando cartas e descobriram-se apaixonados. E ele saiu da mata e cavalgou tão ansioso por vê-la, tão feliz pelo prospecto de enfim reencontrá-la, que nem deu por tijolos de ouro, cavalgando diretamente pela estrada reluzente sem nem perceber que o fazia.

Assim, ele chegou ao palácio da poderosa rainha do reino do norte, onde foi recebido com pompas. Acolhido como um imperador, ele ficou hospedado ali por um tempo, conhecendo melhor a rainha por quem se havia apaixonado e colocando-se a par das novidades. E, assim, ele soube do perdão de seu pai e, acompanhado de sua noiva-rainha, ele cavalgou para casa, onde encontrou o seu pai e o abraçou e os dois choraram e ele contou ao pai todas as suas aventuras — e, assim, ficou evidente como seus irmãos haviam-no traído, mas eles não foram encontrados em nenhuma parte, tendo fugido às escondidas à noite ao saber de seu regresso.

O Príncipe Caçula casou-se com a Rainha do Reino do Norte e os dois reinos foram unificados e foram governados com justiça e generosidade pelo casal, e todos foram felizes.

E dizem as más línguas que, até hoje, quando você caminha pelas montanhas, ouve os gritos dos irmãos traidores presos nas ravinas por obra do rei da floresta. Mas eu juro que nunca mais os vi!

Fonte

Grimm, Jacob, Wilhelm Grimm, Marian Edwardes, and Robert Anning Bell. 1922. The Water of Life. In: Grimm’s Household Tales. London, New York: J.M. Dent & Sons, Ltd., E.P. Dutton & Co. https://en.wikisource.org/wiki/Grimm%27s_Household_Tales_(Edwardes)/The_Water_of_LifeGrimm, Jacob, Wilhelm Grimm, Margaret Hunt, and Andrew Lang. 1884. The Water of Life. In: Household Tales, v. 2. Londres: G. Bell and Sons. https://en.wikisource.org/wiki/Grimm%27s_Household_Tales,_Volume_2/The_Water_of_Life“A Agua Da Vida - Irmãos Grimm.” www.grimmstories.com, 2022. https://www.grimmstories.com/pt/grimm_contos/a_agua_da_vida.

Créditos da imagem de capa

Rackham, Arthur. 1916. The Water of Life. In: The Faerie Tales of the Brothers Grimm. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:The_fairy_tales_of_the_Brothers_Grimm_(1916)_(14596242367).jpg